BARRA DE SÃO MIGUEL
O Mal é do outro
lado. O vulto de espuma
é a asa do Anjo
em pugna.
A noite
parece dissolver a Barra
e o voo do Anjo
solta umas plumas
de guardanapos.
Pede o menino
de brincadeira
que a mãe o enterre
ali na areia...
O infanticídio
é do outro lado:
atrás da Barra,
em Petrolina,
onde a menina
morre à peixeira.
Daqui até
ali no Gunga
é essa pugna
de que só vemos
asa de espuma.
Nem há borralho
de caetés;
na água límpida,
saber-se humano
é ser ufano
de ver os pés.
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