ANAGRAMA
O medo é o demo vestido de gente
no meio da mente escondida no peito;
no escuro do quarto, no fundo do poço,
eu juro – acredite! – eu juro ter visto
um vulto de branco exibindo meu rosto
e era justo minh’alma e nada além disso.
Meu rosto era a máscara, eu hoje sei disso,
naquela minh’alma e fantasma de gente.
A cor diferente que tinha o meu rosto
era contrastante com o branco do peito
e o branco do resto que julgo ter visto
no fundo do quarto, no escuro do poço.
Não tinha mais lua na lama do poço;
no quarto era cheia, pois apesar disso,
o poço era o quarto e tudo, está visto,
era essa tristeza de ser, não ser gente.
Ter algo – acredite! – no fundo do peito
e alma assombrando com seu próprio rosto...
O demo era o medo e, olhando no rosto,
eu vi o anagrama na lama do poço
formar a palavra – me deu nó no peito,
não sei como li, no escuro, pois disso
souberam meus olhos próprios de gente
que viram, vazios, o que teriam visto
pelos seus buracos, dos olhos: o visto
nos meus que estavam de máscara e rosto
daquela minh’alma vestida de gente
mostrando o anagrama no fundo do poço,
que bem mais engana quem já sabe disso:
“o medo é o demo” no fundo do peito,
no meio da mente escondida no peito.
Minh’alma vestida conforme me visto
porém só de branco... E então, depois disso,
tirou essa máscara, o meu próprio rosto,
e deu-mo, e eu disse: eu mesmo não posso,
pois eis que ele é teu, já sou outra gente.
Gente que eu não era pulsou-me no peito;
e visto que lama era o fundo do poço,
fiz alma e do torso fiz rosto além disso.
no meio da mente escondida no peito;
no escuro do quarto, no fundo do poço,
eu juro – acredite! – eu juro ter visto
um vulto de branco exibindo meu rosto
e era justo minh’alma e nada além disso.
Meu rosto era a máscara, eu hoje sei disso,
naquela minh’alma e fantasma de gente.
A cor diferente que tinha o meu rosto
era contrastante com o branco do peito
e o branco do resto que julgo ter visto
no fundo do quarto, no escuro do poço.
Não tinha mais lua na lama do poço;
no quarto era cheia, pois apesar disso,
o poço era o quarto e tudo, está visto,
era essa tristeza de ser, não ser gente.
Ter algo – acredite! – no fundo do peito
e alma assombrando com seu próprio rosto...
O demo era o medo e, olhando no rosto,
eu vi o anagrama na lama do poço
formar a palavra – me deu nó no peito,
não sei como li, no escuro, pois disso
souberam meus olhos próprios de gente
que viram, vazios, o que teriam visto
pelos seus buracos, dos olhos: o visto
nos meus que estavam de máscara e rosto
daquela minh’alma vestida de gente
mostrando o anagrama no fundo do poço,
que bem mais engana quem já sabe disso:
“o medo é o demo” no fundo do peito,
no meio da mente escondida no peito.
Minh’alma vestida conforme me visto
porém só de branco... E então, depois disso,
tirou essa máscara, o meu próprio rosto,
e deu-mo, e eu disse: eu mesmo não posso,
pois eis que ele é teu, já sou outra gente.
Gente que eu não era pulsou-me no peito;
e visto que lama era o fundo do poço,
fiz alma e do torso fiz rosto além disso.
Desenho "Visão da Grande Revolta" (detalhe) por Felipe Stefani |
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